O Dicionário Aurélio nos dá a seguinte definição de família: Pessoas aparentadas que vivem na mesma casa. Particularmente o pai, a mãe e os filhos.
A minha até pode ter sido tudo isso ... Um dia. Minha mãe sempre dizia que quando conheceu meu pai parecia um daqueles contos em que a princesa encontra o seu príncipe encantado e que foram felizes para sempre, mas o que as historia não contam é que para sempre um dia acaba, mais precisamente no dia 19 de Setembro de 1989.
Não tenho muitas lembranças da minha infância, mas cresci ouvindo minha avó e mina mãe que wu era uma criança muito levada ainda mais quando me juntava com a minha prima D. que tem a minha idade e que eu mais adoro, pois o resto não tinha muito contato. Sempre nos reunimos e isso acontecia quase todos os finais de semana, Eu e D. fazíamos a festa e não tinha quem nos agüentasse, pior ficava quando meus irmãos L. o mais velho, A.P um ano mais nova que L. e F. um ano mais velho do que eu e sem nenhum juízo.
Eu e F. éramos mais próximos, no por questão de afinidade, mas por questões pessoais que vem ao caso, fomos criados por nossa avó Maria_ mãe de minha mãe_ sempre carinhosa e amorosa, não que minha mãe não fosse, mas dizem que avó é mãe duas vezes nem por isso deixava de nos dar puxão de orelha, e por nosso avô S. ser o senhor mais temido do bairro sempre com a cara emburrada e com seu velho canivete na mão, mas o que muitos não sabiam é que por trás de todo esse "personagem" existia o mais tímido e dócil dos homens. Já L. e A.P moraram com a minha mãe e os dois também sempre foram muito ligados L. chamava P. de Porcina devido ela ter nascido no mesmo ano da novela Roque Santeiro e ela por sua vez o chamava de Lolo, o porquê eu não sei. Sempre nos víamos nos finais de semana que eram sempre marcados por comilanças, gritaria e choro, muito choro por parte das brigas que ocorriam com os mais novos.
o tempo foi passando e com o passar dos anos pude ver minha mãe se permitindo ser feliz novamente tendo outro marido com quem teve mais duas filhas Y. e N. Aos 10 anos Eu e F. voltamos a morar com nossa mãe a família estava reunida novamente ... Por enquanto nossas vidas estavam tomando proporções diferentes. P. engravidou e foi morar em Minas com o seu marido V. e éramos felizes na medida do possível, mas como nem tudo é perfeito no ano de 2001 nossa família passou por fortes emoções com o falecimento do meu irmão mais velho e todos puderam sentir na pele a dor de perder alguém querido e novamente vi minha mãe se desabar aos prantos diante de mim e não pude fazer nada para amenizar a sua dor, P. já com o seu filho nos braços e esperando outro voltou de Minas para ajudar.
Um ano havia se passado desde o falecimento e nós nos mudamos para uma nova cidade para começar outra fase de nossas vidas eu não gostava nem um pouco da idéia tive que sair de um lugar com todas as minhas amizades para ir para outro sem ter noção do que iria encontrar. Aos poucos fui me acostumando com o novo lugar, mas mesmo assim passava dias no meu antigo lar que habitava a família de·minha Irma. Meses se passaram e P. deu a luz ao seu novo filho a vida na nova cidade foi melhorando cada vez mais e aos poucos fui abandonando meus antigos amigos e me empenhando nas minhas novas amizades e na família. Anos depois nascia meu irmão caçula E. que veio
ao mundo para amenizar o sofrimento de minha mãe que ainda sofria pela perda de seu filho. Tudo estava indo bem cada um cuidando da sua vida uns trabalhando outros estudando, mas numa quinta-feira recebemos a noticia do
I
falecimento do meu avô e pude ver a família novamente pela dor, também vi
minha mãe reunir todas as suas forças para consolar minha avó. Depois do enterro fui pra casa e fiquei pensando por várias horas até tomar a decisão que mudaria minha vida e foi conversando com minha mãe que cheguei à decisão de voltar a morar com minha avó. Como tudo na vida nada é fácil passei por muitos momentos decisivos e de solidão uma vez que decidi não fazer amizade com mais ninguém, até a chegada de minha Irmã P. que decidiu morar mais perto da nossa avó. Passaram-se dias e noites desde que voltei a morar com minha avozinha e no decorrer desse tempo fui adquirindo muita experiência de vida pra perceber o quanto fútil e idiota eu era, me achava o dono do mundo, preso a minha própria ignorância, foi quando decidi voltar a estudar e procurar algum objetivo na vida, batalha na qual luto até hoje, Também fui percebendo as proporções que nossas vidas estavam tomando,
Enquanto eu continuo morando com minha avó, que ainda sofre a perda do seu marido e de seu neto que se foram sem se despedir e sonha em um dia poder reencontrá-Ios, por outro lado vou vivendo a minha vida criando aminha própria sorte e fazendo meus próprios milagres. Gostou? Quer saber o resto dessa história? Isso só o tempo dirá.
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